Você pode saber, mas a sua vizinha, não!

“até veneno de cobra é natural” 

Eu tenho quase certeza que você já ouviu alguém dizer esta frase, se referindo como alerta à utilização de um produto natural. 

Em parte, o sentido dessa frase é verdade, já que mesmo sendo algo “natural”,  o que vem da cobra vai nos fazer mal. E isso pode parecer óbvio, já que a palavra  “veneno” já nos remete a algo ruim. 

Mas, e quando nos deparamos com um produto natural, cujo marketing faz uma promessa justamente para o que queremos resolver? 

O problema inicia no fácil acesso a esses produtos, sejam eles suplementos vitamínicos, proteínas ou extratos de plantas. Por não serem classificados como medicamentos, há dificuldades tanto na sua correta categorização quanto na fiscalização adequada. Isso também compromete o controle sobre a composição e as concentrações dos diferentes compostos, além de dificultar a detecção de possíveis adulterantes ou contaminantes. 

É preciso ter consciência e acesso à informação (como este post) de que toda substância que entra no nosso corpo, precisa sair. Mas, antes disso, o nosso fígado precisa metabolizar (transformar) essa substância para que seja excretada (sair). Esse processo tem efeito no nosso corpo e pode causar diversas reações como intoxicações, enjoos, irritações e inchaços, quando consumidos sem a orientação e supervisão de um profissional da saúde. 

Deixo bem claro que é difícil isolar um único produto e determinar que ele é o responsável por qualquer efeito contrário ao esperado. Além disso, é fundamental evitar o uso simultâneo de vários suplementos “naturais” e em doses acima do recomendado.

Por isso, mais uma vez, é essencial seguir as orientações de um profissional, especialmente aquele que realizou a sua consulta. 

O modo e tempo de utilização, a duração do uso e a avaliação dos medicamentos já em uso (para evitar interações entre medicamentos e produtos naturais) só podem ser avaliados adequadamente durante uma consulta.